Das linhas melódicas de outrora...


Volta e meia meus amigos falam e elogiam a memória privilegiada que tenho. Lembro desde de muitos nomes de ex-colegas de escola do primeiro grau até coisas como a locução de introdução de cada capítulo do Spectreman, passando por nomes de duplas sertanejas da década de 90 e anteriores mesmo sem saber o nome de muitas das músicas.
 
Minha mãe, que não tem absolutamente nenhum conhecimento teórico sobre música, costuma dizer que quando estava grávida escutava - e escuta! - muita música e que em função dessa exposição ao rádio e naturalmente por alguma razão genética associada eu provavelmente deva ter desenvolvido esse dom. Não vou entrar em detalhes sobre isso porque não tenho conhecimento pra justificar esse fato. No entanto, acredito piamente que a influência externa e do meio são muito importantes no desenvolvimento da criança. Ela mesma tem um ouvido absurdamente apurado para sacar detalhes sutis de uma música para dizer, por exemplo, que "a voz desse determinado cantor que lembra fulano". E nessas ocasiões fico besta pois quando verifico quase sempre ela acerta! Meu saudoso avô por sua vez, escutava muita música e minha avó certamente andava por perto quando ela esperava minha mãe. 
 
Assim que comecei a desenvolver algum conhecimento sobre melodia ficou mais fácil ainda de afinar e cantar algumas linhas volta e meia pululantes na mente. E essa facilidade levou a trazer da memória distante muitas linhas melódicas de que tenho notícia desde tenra idade.
 
Essa semana - mais precisamente ontem! - consegui encontrar uma delas. Trata-se de "Tomorrow's Love", tema de Hugo Montenegro e Sua Orquestra. De curta duração, a canção tem a sua linha melódica principal assobiada e que depois o instrumental e as vozes do coro tratam de "comentá-la" até ser repetida no final, conferindo assim um clima nostálgico e noturno.
 
Curtam:
 
 
 
 
Sobre o compositor:
 
Hugo Mario Montenegro (Nova Iorque, 2 de setembro de 1925 - Palm Springs, 6 de fevereiro de 1981) foi um maestro, compositor e diretor musical de cinema conhecido pelas trilhas sonoras

de filmes de faroeste como "The Good, the Bad and the Ugly" (1966) e pelos temas da série "Jeannie é um Gênio" (1965). 

 

Fonte: Wikipédia

 
Bueno, vamos tentar botar ordem nesta casa!

Primeiro que não é de bom alvitre receber gente em casa bagunçada, revirada e tão mal cuidada como é o caso deste blog.
 
A idéia é sempre postar algo relevante com certa frequência. Não se determinará o tempo exato quando vai ocorrer. Até porque no purgatório não se tem a noção de medida de tempo. Tudo depende de mais ou menos vontade de se querer caminhar, não é mesmo?

Pedaços perdidos da memória


Essa foi escrita há alguns anos. Do tipo da coisa escrita de soslaio e não se dá muita importância na hora. E que com o desaguar do tempo encontramos perdida nas agendas da vida. E relendo faz o maior sentido. Já na época havia a tal resistência a tudo, a todo tipo de abertura de portas e janelas. 

É quando de repente a vida nos empurra escada abaixo nos obrigando a sair de dentro da casa... 
 
"Sair é difícil. Mais difícil quando tu és plantado feito árvore de raízes grossas e profundas. Talvez acredite que seja mesmo feito de raízes daquelas que os anos passam e lá está ela, impávida, resistente ao mau tempo e a devastação impiedosa das mãos humanas. Mas eu não sou árvore. Sou gente. Tenho alma, coração, pele, carne e osso. Tenho sangue nas veias, tenho amor e algum resquício de não-amor, coisa vinda de outras vidas. Não quero deter-me na impavidez da sequóia, deixando que o inverno, as folhas secas e o verão sucedam-se século após século, sem sequer experimentar dos passos que preciso dar. Sou carne, sou osso. Sou gente."